Por séculos as pessoas têm debatido quais fontes são melhores, mais fáceis de serem lidas, ou mais apropriadas. Há uma eterna discussão sobre o uso de fontes serifadas e não serifadas. Alguns argumentam que as fontes sem serifa são mais fáceis de serem lidas porque são mais simples, outros sustentam que as fontes serifadas têm leitura mais fácil, porque a serifa dirige os olhos do leitor para a próxima letra. Na verdade, as pesquisas não apontam diferenças significativas em termos de compreensão, rapidez, ou preferências entre as fontes serifadas e as não serifadas.
O que as pesquisas indicam é que as pessoas identificam as letras por reconhecimento de padrões. A maioria das pessoas consegue reconhecer as marcas abaixo como a letra “A”. Não memorizamos todas as versões da letra “A”, mas formamos um padrão de memória do que a letra “A” se parece. Quando vemos alguma coisa semelhante, nosso cérebro reconhece o padrão.
Os designers usam fontes para transmitir um estado de espírito, uma qualidade ou associação. Algumas famílias de fonte lembram períodos de tempo (antigo x moderno), enquanto outras lembram seriedade ou diversão. Em termos de leiturabilidade, o que interfere no reconhecimento da letra é se o desenho dela é muito diferente do padrão que o cérebro está habituado a encontrar. Por isso, algumas fontes decorativas, com desenhos exóticos de letras, são mais difíceis de serem lidas, pois interferem com a habilidade do cérebro de reconhecer padrões.
Os textos abaixo mostram diferentes tipos de fontes. A primeira é relativamente fácil de ser lida, mas as outras são mais difíceis. Elas tornam difícil para o cérebro reconhecer os padrões das letras.
Podemos dizer, então, que o desenho da fonte pode interferir em como as pessoas percebem as informações contidas no texto. Se a pessoa tem dificuldade em ler a fonte, ela pode transferir a sensação de dificuldade para a interpretação do texto e achar que o assunto é difícil de ser entendido.
Fonte: Weinschenk, Susan. 100 Things Every Designer needs to Know About People. California: New Riders, 2011
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